Hamilton Rodrigo Araújo Freire de Andrade
Santiago do Chile ai vou eu…
Maio 1, 2009
Aos que possam interessar;
Com a maturidade foi ficando mais fácil identificar as fases da minha vida. Os ciclos se sucedem, assim com o as estações do ano. Ao fazer tal constatação, que hoje me parece tão óbvia - embora nem sempre tenha sido assim -, dediquei-me a desenvolver uma capacidade de adaptação que agora me permite conviver quase que pacificamente com estes movimentos.
Digo isso porque neste momento comemoro o final de mais um ciclo. Ainda não sei qual será o próximo. E aprendi, também, a conviver sem muita angústia com esta etapa: a da incerteza. Quando ainda não sabemos o rumo que a vida vai seguir. Ou que rumo daremos a ela. Este compasso de espera. Este tempo que antecede cada passo, como um intervalo entre a inspiração e a expiração. Tempo de observar. Sentir. Principalmente sentir. Decidir sem pressa. Respirar. Um passo por vez. Deixando todas as sensações se manifestarem como quando andamos num terreno meio nebuloso e desconhecido. Despedida e comemoração. Comemoração.
Olho para trás com muito orgulho, porque reconheço uma bonita trajetória. Muitas vezes as pessoas que se apropriam do que é seu são vistas com maus olhos. Tenho o hábito de não omitir créditos a quem os têm de direito. Em contrapartida, não tenho mais pudor em me apropriar do que é meu. Por isso vejo, sem falsa modéstia, e reconheço os méritos do meu trabalho.
Nestes anos as dificuldades foram gigantescas. Mais uma vez, não entrarei em detalhes para não correr o risco de falar mais que devo, nem perder a elegância.
Dedicação, seriedade, rigor ético. Todas as minhas convicções postas à prova. A vontade de me superar sempre me acompanhou, em todos os momentos, não me deixando fraquejar. Infinitas noites sem dormir. Intensas e terríveis dores musculares. Tristeza. Muita tristeza. Momentos de topo e momentos de absoluto chão… Foi assim.
Não sou adepto das coisas mais fáceis. Nunca fui. Some-se a isso, o prazer que dá poder sentir, uma vez mais, o sabor de não ter medo da vida. Fazer parte dela, apenas. Com liberdade. Responsabilidade, audácia. E coragem. Aceitando o caminho. Lançando-me à aventura que é viver.
Agradeço a generosidade das pessoas que passaram pela minha vida. Agradeço às pessoas que trabalharam comigo; tenho admiração por muitas delas. O carinho dos que me acompanham. Agradeço aos que não foram levianos, e evitaram criticar antes de conhecer o meu trabalho e avaliar meu desempenho. Agradeço também aos meus questionadores e críticos que usaram do bom senso antes de atirar mais uma pedra. Aos que me apredejaram indignamente foi interessante saber que não é assim que se faz com as pessoas, mesmo quando a gente erra. Mas creiam o saldo é positivo. Tranquilo, e feliz pela sensação do dever cumprido, despeço-me desta fase.
Pretendo continuar mais presente do que nunca no meu blog. Não tenho planos. Corpo forte. Mente serena. Emoções equilibradas. Seguir em frente. Sempre seguir em frente. Porque, afinal, a vida insiste em pulsar mais forte.Sei que estarei muito longe de todos. Muito longe do espetáculo, as vezes, funesto das almas e dos corações.
Não sei o que a clandestinade me reserva, mas sigo como apenas um discipulo errante e navegante em busca do oásis abençoado.
Hamilton Rodrigo Araújo Freire de Andrade
sexta-feira, 1 de maio de 2009
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