Penso eu que os nossos debates seriam por vezes mais aproveitados se cultivassemos um melhor senso de oportunidade. Tivessemos o bom senso do espaço exato e fundamental de sala de aula. O bom debate é aquele que fala não "quem fala mais alto" e sim quem é cortês e educado na palavra. Penso que não usamos do senso de pertinência, de cortesia e nem oportunidade no último debate sobre a matéria exposta. Prefiro sempre a cordialidade no trato do que a arrogância para afirmar meus propositos.
Nosso professor de Teoria Geral do estado nos enviou textos acerca da demanda discutida em sala, porém, agora no meu blog terei a oportunidade que me faltou para me posicionar sobre o assunto. Creio que o debate em torno dos grampos e escutas clandestinas passam por alguns aspectos:
01. O presidente de Lula demorou demais a tomar medidas sobre o assunto. Somente agora que o grampo resvalou no leito "indefectível" do STF o presidente acordou da gravidade do fato inconstitucional.
02. A escuta clandestina parece fazer parte do "jogo" político do momento em que os egos institucionais no Brasil estão inflamados. Traduzindo: Ainda vivemos uma imaturidade institucional notadamente verificada pelo recente fortalecimento dos nossos pilares de estado de direito.
03. As pessoas que utilizam dessa prática são movidas pelo lastro e pelo interesse desproposital da guerra de egos que se instaurou nesse país incentivada pela oposição movida pelo denuncismo vazio e inconsistente e pelo governo que utiliza a regra que a melhor defesa é atacar.
Segue abaixo textos enviado pelo professor Rodrigo Uchôa sobre a materia demandada.
(Hamilton R. Araújo)
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São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2008 |
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A INSEGURANÇA da privacidade é total no Brasil de hoje e de alguns anos já, imprecisos embora. Ninguém, em nenhuma instância do governo ou do Judiciário -o que inclui a própria polícia, a Abin e os vários serviços secretos das Forças Armadas-, sabe quem foi e quem está sendo gravado. Além das autorizações à polícia para gravação legal, cujo montante de 407 mil já atesta o estado de desatino, as gravações são corriqueiras também em serviços oficiais sem direito de fazê-las e, ainda, nas vastas atividades clandestinas mas tacitamente toleradas pelos governos e até utilizadas por policiais, como já reconhecido. Com contrapartida de não saber quem foi gravado há, portanto, a ignorância sobre quem grava. É um mundo sem olhos e com ouvidos demais. | ||
São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2008 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice FREDERICO VASCONCELOS Paulo Brossard, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, diz que o grampo no telefone do ministro Gilmar Mendes "é uma coisa inominável": "Acho que o presidente [Lula] não pode continuar dizendo que não sabia das coisas".
FOLHA - Como o sr. recebeu a notícia do suposto grampo no STF? FOLHA - Nem no regime militar? FOLHA - Qual é a sua avaliação? FOLHA - Supondo-se que a gravação foi feita por alguém subordinado a essa autoridade... FOLHA - Como o sr. viu a iniciativa do presidente do STF de pedir uma reunião com o presidente Lula? BROSSARD - Era o que tinha que fazer. Esse é um serviço do presidente, para o presidente. Se um de nós quiser um dado lá [Abin], não obtém. Há um sigilo absurdo. Acho que o presidente [Lula] não pode continuar dizendo que não sabia das coisas. Ele é a única pessoa que não sabe o que se passa dentro do palácio. Não dá mais para continuar essa falta de seriedade. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Grampo pode ter sido feito no celular do ministro Índice
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