segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Brasil reúne 192 países contra a exploração sexual

O Rio de Janeiro sedia de 25 a 28 de novembro, no centro de convenções Riocentro, evento que reúne 3 mil participantes, entre representantes de governos, organizações não-governamentais, atores do sistema de garantia de direitos, militantes, formadores de opinião, acadêmicos, empresários, artistas e adolescentes protagonistas. A intenção é fortalecer a integração das redes de enfrentamento mundiais, mobilizando e encontrando novos caminhos para a efetivação das políticas que garantam o fim da violência sexual de meninos e meninas

O III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes acontece no Brasil com uma perspectiva diferente das versões passadas. Nessa edição, os principais objetivos são o combate às novas formas de exploração – pela internet e pelo tráfico de pessoas – e também deliberar sobre a responsabilidade dos diversos segmentos da sociedade envolvidos no enfrentamento ao fenômeno. Com o tema “A garantia de direitos da criança e do adolescente e sua proteção contra a exploração sexual – por uma visão sistêmica”, o evento se propõe a levantar a importância da temática, chamando a atenção dos governos e mobilizando articulações e políticas setoriais, junto aos representantes do legislativo, à família, à sociedade civil e ao setor privado.

Ana Maria Drummond, diretora executiva do Childhood - Instituto WCF Brasil, uma das organizações envolvidas na concepção do evento, faz um retrospecto da evolução da iniciativa. “No primeiro congresso mundial tivemos a oportunidade de dar visibilidade e conseguir apoios à criação dos planos nacionais de enfrentamento contra a exploração. Em 2001, o foco foi o monitoramento das atividades, uma verificação do que já tinha sido realizado em cada país. Dessa vez, vamos apresentar os desafios atuais, como as novas formas de exploração e as respostas que o mundo vem dando”, analisa. “Um congresso como esse gera uma agenda que dá muita visibilidade para o país-sede e para a causa”, complementa.

Articulação

O encontro defende também a responsabilização eficaz de criminosos nos diferentes territórios onde atuam e, para isso, discutirá o reforço de legislações internacionais como convenções, tratados e acordos entre os países. Para otimizar o combate à exploração sexual infanto-juvenil, a intenção é que sejam realizadas ações globais de cooperação internacional, como a criação de bancos de dados, intercâmbios de experiências, mecanismos que facilitem a extradição de pessoas e o resgate de crianças, maior capacitação nas redes de segurança e desenvolvimento das ferramentas e sistemas de controle.

A proposta de cooperação depende, em especial, da articulação entre os países, respeitando a realidade de cada um. “Uma coisa é cada país ter seu plano nacional de enfrentamento, outra é fazer com que esse plano funcione em conjunto com os demais. Crimes de abuso on-line, por exemplo, já são combatidos de formas distintas. Na Suécia, eles se preocupam com o atendimento psicológico às vítimas; na maioria, jovens em situação financeira favorável. O Brasil, por sua vez, ainda está focado nos indicadores sociais e articulações de setores. Precisamos de uma agenda comum”, avalia Ana Drummond.

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