segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Prefácio de DOIDAS E SANTAS

DOIDAS E SANTAS

"Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena er vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar 'the big one', aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais... Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo?

Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascinante.

Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver a Vida até a Última Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só sendo louca de pedra."

Esse é o prefácio do livro que acabo de comprar: Doidas e Santas, de Martha Medeiros. Quem me conhece já sabe que sou fã da autora. Ela que fala da complexidade dos sentimentos e relações com simplicidade e sensatez desconsertantes. É como um tapa na cara nos lermos em suas crônicas e, de repente, nos apercebermos seres cruel e adoravelmente insanos, selvagens, egocêntricos, apaixonados, inseguros... Seres humanos em sua mais precisa e literal descrição. Clap, clap, clap, clap! (É o som de minhas palmas para Martha). Poucos falam de gente com tamanha desenvoltura e naturalidade, próprios de quem é gente como a gente. Assim a gente tenta entender melhor as mulheres e quem sabe conviver melhor com essa "nação" tão necessária a alma masculina. (risos)

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